JERÔNIMO RODRIGUES RIBEIRO –
Nasceu aos 12 dias do mês de Dezembro de 1916. Criou-se na fazenda Pocinho, próximo
a Patamuté, município de Curaçá. Homem simples, instruído pela vida, com rara
capacidade criativa e receptiva, afirmou-se como conhecedor das coisas do
sertão e particularmente, da natureza e do sentimento de seu povo.
Experiências na vida de trabalhador
foram várias: Vaqueiro, auxiliar de bodega, caixeiro, atendente de farmácia,
pinhão de bule de caminhão, foi garimpeiro na mina do mimoso, foi também
funcionário dos correios e telégrafos (aonde veio a se aposentar) também poeta
cordelista e escritor.
É testemunha da passagem da Coluna de
Luiz Carlos Prestes “O Cavaleiro da Esperança”, também do bando do rei do
cangaço Lampião. Conhecedor dos fatos referentes a primeira batalha das tropas
oficiais da república comandada pelo o tenente Manoel Pires Ferreira e os
devotos de Antônio Conselheiro, fato este ocorrido no arraial de Uauá no dia 21
de Novembro de 1896.
Bom conselheiro, homem de convicção
partidária, incentivador da vida social, cultural e política de Uauá. Casou-se com a senhora Maria Borges no
ano de 1938, constituindo sua plebe composta de seis mulheres e dois homens:
Professora Maria do Carmo Ribeiro, professora Maria de Fátima Ribeiro, Irmã
Rosa, Maria Auxiliadora Ribeiro, Iza Ribeiro, Maria Perpétua Ribeiro, José
Borges Ribeiro e Francisco de Assis Borges Ribeiro (Di Assis).
Como líder comunitário de Uauá,
iniciou-se na política sendo eleito prefeito num primeiro mandato, em 1948.
Elege-se prefeito para o segundo mandato
que exerceu no período de 1956 a 1959.
Em 1962 assume o cargo de prefeito pela
terceira vez exercendo o mandato até 1966.
E pela quarta e última vez é eleito
prefeito de Uauá, exercendo o mandato de 1970 a 1972, período em que aconteceu
a realização da Primeira Exposição Nacional Especializada de Caprinos e Ovinos
de Uauá.
Defensor da construção do açude do
rodeadouro, da criação do Colégio Estadual Nossa Senhora Auxiliadora, também
defensor da perenização do Rio Vaza Barris.
Noventa e oito primaveras não são
obstáculos para que se deixe de acrescentar algo a um mundo acrescentável e
carente.
Jerônimo Rodrigues Ribeiro – “ O Coronel
Jerônimo” como tratam os que lhe admiram nos seus noventa e oito Janeiros, aos
83 anos tem sua primeira obra editada, o livro – Uauá História e Memórias, um
verdadeiro legado para o seu povo.
Podemos por assim dizer, que o Coronel
Jerônimo Rodrigues Ribeiro é o maior símbolo cultural e político do sertão de
Canudos.
Homem de memória prodigiosa, de tamanha
inteligência, sabedoria de matuto, autodidata, o vaqueiro, escritor, poeta
cordelista assim se pronuncia em um de seus versos:
Nesta vida tudo passa/ e por mais que
agente faça/ quem agüenta é o coração/ Assim é que é o vaqueiro/ entre os
mártires o primeiro/ Tudo sofre mais não deixa o sertão.
Uauá tem a oportunidade de partilhar com
o nonagenário Coronel Jerônimo, algo mais que sua sabedoria, sua sobriedade,
também a sua altivez e acima de tudo o seu legado cultural.
O seu legado é patrimônio de todos os
filhos amados da cidade luz, vaga-lume que pisca e insiste em brilhar – Uauá.
Coronel Jerônimo é motivo de alegria, é
planta velha que se renova a cada dia, nos trazendo flores novas cheirosas,
capaz de tocar a sensibilidade das pessoas simples, e por fim, consegue o
coronel, agregar o referencial da cultura e da política da nossa Uauá.
Coronel Jerônimo Rodrigues Ribeiro
patrimônio vivo dos pirilampos, patrimônio de um povo que aprendeu amar.
Editorial de O Berro do Bode Por Ocasião
do Nonagésimo Oitavo Aniversário do maior líder político da história de Uauá.
Por: BGG da Mata Virgem
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